Diário transbordo: Raio-X


Ultimamente tive surpresas agradáveis com música. Costumo andar sempre com meu MP4 e escutar algo enquanto ando. Evito contato humano, o que muito me agrada, e ainda consigo ter momentos que só eu compreendo enquanto as notas fluem pelos meus ouvidos e alcançam meu cérebro. Porém, sempre fui bastante preconceituoso com relação ao meio musical e pretendo continuar assim, mas ainda em relação aos meus horizontes, pude expandi-los após comparecer a dois shows.

Comecei pela turnê especial de Los Hermanos, numa apresentação um tanto quanto desorganizada, mas que me permitiu dar mais atenção aos seus trabalhos e gostar do que antes rejeitava. Paguei a lingua e descobri uma musicalidade que entrou, definitivamente, para o rol das minhas preferidas. Mas é o segundo caso que pretendo abordar nesse post, já que ocorreu mais recentemente: Lenine, um expoente do meu estado natal.

Ontem tivemos aqui a apresentação de seu show Lenine.doc. No Teatro Guararapes, em poltronas e com um ambiente climatizado, pudemos de fato apreciar um evento de uma beleza singular. Nunca dei atenção devida ao artista, mas agora vou parar pára ouvir suas composições da forma que ele merece.
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Suas canções às vezes confusas, às vezes objetivas, nunca deixam de lado uma poesia linguística e melódica impressionantes. Se nem sempre é possível entender o que se ouve, pelo menos ao primeiro contato, pode-se claramente apreciar o trabalho. Entre luzes e performances, o show é uma obra de arte.

De músicas desconhecidas a canções-hino, tive a sensação de olhar para um quadro. Nunca entendi muito bem essa ideia de ir a uma exposição e ficar ali, parado, apreciando aquela obra estática, mas nesse show tive exatamente esse sentimento. Não sabia muito bem o que via, mas sabia o que sentia, e quando qualquer centelha se acendia em meio à profusão melódica, era fantástico.

Após a apresentação, ainda tive a honra de conhecer a gentileza de Lenine que, após tirar uma foto com minha namorada, teve a educação de responder a minha pergunta sobre se poderia tirar uma também com a frase na voz calma: "Pode. Claro que pode!"

Ainda com muito do seu público por ser atendido, afinal estavámos entre os primeiros da fila, ele ainda arranjou um espacinho para uma terceira fotografia com nós três tirada por sua prestativa assistente.
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Recomendo que conheçam o trabalho desse cara, pois eu mesmo anseio por fazê-lo, e assim que puderem, compareçam a um de seus shows. Sem mais palavras.