Diário transbordo: Começo


Demos passagem ao novo ano, apenas abstrato, claro, porque no fim das contas as coisas são como são. Porém, ostentando menos filosofia e mais prática, vamos ao que interessa nessa nova coluna dentre tantas que virão ao blog.

Nesse primeiro dia, muito aconteceu e fomos todos nós que estavámos na praia de Boa Viagem bem recepcionados pela sempre perfeita banda Os Paralamas do Sucesso. Numa toada quase nostálgica, já que muitas canções das antigas foram resgatadas, os integrantes deram um show inesquecível e fizeram os fãs presentes se emocionarem com o sempre indefinível teor de Herbert Vianna e suas composições. Para quem aprecia a boa música, aquele era o lugar, o momento ideal.

Era inegável o esforço do cantor dos Paralamas para trazer toda a sua voz ao público, coisa que se tornou constante após seu acidente de avião, já que as presentes dores que sente e um tom de voz visivelmente prejudicado o impedem de cantar como outrora. E justamente por isso Herbert revelou o fantástico músico que é, levando ao público aquilo que era esperado e bem mais. Houve espaço até para Tim Maia, Titãs, Chico Science e Raul Seixas serem lembrados num show que não teria fim não fosse pelo avançar das horas. Cansados, mas satisfeitos, voltamos minha namorada e eu para casa e só na tarde do dia daquela madrugada viemos acordar.

Era um primeiro dia do ano indolente, então nada melhor que recuperar as forças ficando na cama e assistindo a filmes. Foi assim que chegamos ao tenso e surpreendente Enterrado Vivo, estrelado por Ryan Reynolds, ex de Scarlett Johansson para a alegria de muitos, inclusive a minha. Basta olhar para o painel do blog para notar. Mas, voltando ao filme, um triller espanhol por sinal, tive a agradável surpresa de perceber que Reynolds é um fantástico ator, coisa que não pôde demonstrar tanto assim nos filmes que havia feito até então, e que o cinema de terror e suspense espanhol estão galgando degraus importantissímos, como já se podia notar com o excelente Rec, de Paco Plaza e Jaume Balagueró.

Foi então que, após sofrer ao lado de Ryan e seu personagem em Enterrado Vivo, encerrei esse dia primevo tendo mais duas surpresas agradabilíssimas.

A primeira foi ao assistir ao décimo episódio da sétima temporada de Desperate Housewives e notar como o poder inventivo dos criadores desses shows pode se renovar. Mesmo com anos de existência e com algumas quedas, é por causa de capítulos como esse que somos fãs dos tais seriados. Não teve como não se emocionar!

A segunda parte boa do fim da noite ocorreu quando, enfim, pude ver a estréia da quarta temporada de meu show televisivo favorito, Californication, com o eterno David Duchovny. Com um início roqueiro e arrebatador, Californication mostrou porque é o que é: divertido, dramático e sexualmente instigante. As boas doses de rock 'n' roll, interpretações de alto nível (palmas para Evan Handler) e histórias sempre envolventes, fazem da vida de Hank Moody uma coisa que vale a pena parar para assistir.

Enfim, esse foi um bom começo para um ano qualquer, assim como o é qualquer domingo! Posteriormente volto com Diário Transbordo em narrativas sobre coisas e momentos que merecem ser contados.