- Quem é você?
- Eu sou o gênero mais comum da minha espécie.
- Por quê?
- Porque não me interesso pelas coisas banais, portanto estou fora de qualquer aglomerado desapegado de ideias. Porque, apesar de conter um bom grau de inteligência, não sou nenhum gênio, então nunca terei uma tese publicada, um nobel na prateleira ou uma centelha revolucionária. Porque, mesmo que seja notado por alguns, esses são poucos, e como tudo é vão, assim eu mesmo serei. Porque não sou feito de pessoas e suas diferenças não me atraem. Porque nada mais sou que uma brisa numa ventania, que chega até a levantar os cabelos da nuca num primeiro momento, mas depois se perde na mudança de direção. Porque mesmo que um dia atinja uma relativa imortalidade, essa virá após minha passagem, e nada serei senão um nome e uma lembrança. Mas além de todos esses teoremas, reside uma motivação maior para que eu seja um qualquer.
- Qual?
- Meus sonhos morreram!