Recentemente cheguei ao fim de algumas temporadas de séries de TV que já acompanho a certo tempo e achei justo dividir com vocês, caros leitores, um pouco do prazer que tive ao assisti-las. Ao fim da postagem pretendo trazer também minha ansiedade sobre alguns shows televisivos que estão apenas começando para que juntos possamos acompanhar seu desenvolvimento (ou queda súbita).
Antes de mais nada, volto um pouco no tempo para rever alguns detalhes sobre a genial Lost. E vagar sobre a linha do tempo foi um recurso constantemente utilizado nessa curva que antecede o fim da série. Lost revolucionou os ideais dos espetáculos televisivos, erigindo um novo patamar para as produções. Fez com que o mundo parasse para acompanhar as criações da mente de J. J. Abrams. Seu recurso nada mais era que a história de mistério ao redor dos 48 sobreviventes de um acidente aéreo. O avião da Ocean Airlines caíra numa ilha e, desde o primeiro dia, os sobreviventes puderam perceber as peculiaridades do lugar. Daí para teorias cosnpiratórias, conflitos psicológicos, experiências científicas e sobrenaturais e um muito bem empregado recurso de flashbacks, foi um salto. O seriado decaiu e reinventou-se um sem-número de vezes e agora, faltando poucos episódios para seu fim, tivemos revelações dúbias, porém prazerozas. Desde a natureza egípcia da estátua, passando pela inesperada morte do benfeitor da ilha, Jacob, pelas mãos de seu pupilo, Benjamin Linus, chegando à conclusão de que tudo está interligado de alguma forma e que já fora antevisto. Agora, o que esperar da derradeira temporada? Abrams tem um nó para desatar pela frente, pois com a explosão de uma ogiva nuclear bem debaixo dos pés de seus personagens, que futuro eles poderiam ter?
Já Supernatural, a história de vingança dos irmãos Winchester, Dean e Sam, contra as criaturas do sobrenatural, especialmente demônios, chegou a níveis apocalípticos, literalmente. Enfrentando figuras conhecidas de nossos panteões religiosos, tais como Alastair e Lilith, e servindo a anjos nem tão bonzinhos assim, os dois lutam para impedir a quebra dos selos sagrados que permitiria ao próprio Lúcifer ascender à Terra transformando tudo num pandemônio (!). Porém, Sam afunda cada vez mais nos degraus de sua humanidade ao consumir a droga mais viciante de todas: o sangue demôniaco; e Dean tenta impedi-lo de definhar ao passo que se deixa envolver na mesma proporção pelos prazeres angelicais. E por fim acaba descobrindo que Castiel e seu séquito não estão ali para salvar a Terra e proteger seus habitantes, mas sim para entregá-la de mãos beijadas ao seu opositor, pois Deus há muito tempo já desistiu de nós, avisa um dos arcanjos. Não posso negar que vibrei nesse momento, pois com essa explicação muito se justificaria, trazendo ao seriado um contexto mais realista que o esperado. Mas quando o fim chega, o último selo é quebrado, e no momento em que o apocalipse teria início, surgem os créditos. Pude nesse instante deduzir que a próxima temporada seria tão grandiosa e imprevísivel quanto a de Lost. E por sinal, as duas tiveram seus últimos segundos de exibição sobre fundo branco. Coincidência?
Sobre Jack Bauer e suas intermináveis 24 Horas, acompanhamos o sétimo dia desse soldado patriótico castigado por tudo aquilo que ele defende. Entregando-se nas mãos do Estado, Jack vai a julgamento pelos "crimes" cometidos em defesa de seu país e de seus ideais, até que suas habilidades são requisitadas afim de impedir um iminente ataque terrorista orquestrado por um antigo parceiro que todos acreditavam estar morto: Tony Almeida. Inconformado com tudo que lhe foi tirado, Almeida trabalha em favor da única coisa que resta, o dinheiro, servindo ao propósito de pessoas poderosas desejosas de mais poder. Enquanto isso, Jack enfrenta as piores reviravoltas de sua vida. Vê Bill Buchanan morrer; crê que Tony é um aliado, quando de fato só está trabalhando para si mesmo; é infectado pela ameaça biológica que visa impedir; e à beira da morte, é chantageado através da vida de sua filha, que ressurge na história como uma potencial cura para seus males, em todos os sentidos. No fim, me pergunto a que ponto esse homem dedicado aos propósitos dos outros e tão massacrado por todos os lados chegará.
Encaminhando-me para meus últimos parágrafos desse imenso post, trago agora minhas expectativas ao redor de quatro seriados que acabaram de começar, pelo menos para mim.
O primeiro deles é True Blood. Ainda não vi um minuto sequer do show, mas minha ânsia cresce só em pensar na possibilidade de uma história mais psicológica e realista sobre vampiros, com todas as intrigas capazes de surgirem da convivência "pacífica" entre humanos e as criaturas da noite.
O segundo é Fringe, mais uma criação de J. J. Abrams, uma mistura das paranóias de Lost com o sobrenatural do antológico Arquivo X. Devo dizer que assisti seu longo primeiro episódio tomado pelo sono, portanto não pude conectar muito bem todas as propostas da série, mas ver John Noble (o Denethor, de O Senhor dos Anéis) na pele de um cientista com ares de Deus e banhado pela loucura da genialidade foi único. As primeiras cenas no avião são pavorosas, assim como são muito bem construídas todas as tomadas de ação. Resta acompanhar seus próximos capítulos para saber se o revolucionário Abrams continuará surpreendendo.
Dando sequência, aguardo com uma coceirinha inquietante em algum lugar desconhecido do meu corpo a segunda temporada de Californication. Hank Mulder, digo, Moody é simplesmente fantástico. Imaginem um personagem canalha, capaz de subornar a própria filha, dar em cima da ex-esposa na frente do atual noivo dela, transar numa taxa de uma mulher para cada dois episódios e ainda por cima ser um escritor falido... O imprevísivel show criado por Tom Kapinos, com muito rock e doses generosas de absinto, terminou sua primeira temporada com Hank retornando para sua mulher e deixando no ar a grande questão: como serão os dias dele agora que voltou a ter responsabilidades e promessas por cumprir?
E por fim, falo de um cult. Um seriado em sua segunda roupagem, mas que, pelas críticas já vistas, continua a surpreender. Assim que tomei conhecimento de Battlestar Galactica, tive que abrir mão dos poucos trocados que me restavam para adquirir o box da primeira temporada. Por enquanto só acompanhei uma hora de seu filme inicial com três horas de duração. Antes havia uma tregua silenciosa entre os humanos e a raça cibernética dos Cylons, mas repentinamente essa paz foi quebrada e as colônias humanas ao redor do espaço foram devastadas. As embarcações espaciais também foram destruídas pela dos Cylons em controlar equipamentos eletrônicos. Só uns poucos sobreviveram dentro da ultrapassada nave estelar Galactica, e agora esses tem que enfrentar um império em busca do último lugar seguro no universo: o esquecido planeta Terra, a décima terceira colônia. Instigante, não?
Bem, vou ficando por aqui com minhas expectativas e pretensas frustações , esperando que esse post sirva para chamar a atenção dos leitores para essas criações magníficas e viciantes ainda não tão difundidas como eu gostaria. Ótimo fim de mundo para vocês!