De tempos em tempos surge algo que faz nossos ouvidos vibrarem ao primeiro acorde. Muitas composições que aparecem precisam amaciar os tímpanos para que passemos a apreciá-las. Outras simplesmente chegam arrebatando nossos sentidos, quaisquer que sejam.
Recentemente, por indicação de um amigo, passei a ouvir The Baseballs, uma banda bastante singular. Não sei de onde são, quais seus nomes ou suas idéias futuras, mas isso realmente interessa para um trio com a criatividade deles?
Se fosse defini-los em poucas palavras, seria mais ou menos assim: o balanço e a potência da voz de Elvis Presley, mesclada ao ritmo vibrante dos anos 50 e 60, traduzido em letras da nossa época. The Baseballs faz exatamente isso. Seus integrantes incorporam toda a alma, vestes, trejeitos e caracteristícas dos rockeiros dessas décadas, tomam emprestadas composições vocais dignas de Presley e utilizam-se de músicas atuais transportando-as para essa batida única. É impossível não associá-los a clássicos do passado, sem que percam sua originalidade para nossos dias sofridos de versões batidas, repetições sem criatividade, brega, pagode, axé e coisinhas afins. Mesmo músicas patéticas como Don't Cha, e Umbrella da chata da Rihanna, dissociam-se de seus padrões estereótipados e ganham vida, balanço e rock 'n roll como só Presley sabia fazer. O que dizer então de canções como Angels e Hot 'n Cold? Para mim, as duas melhores do álbum Strike!
The Baseballs é o resgate de um passado quase-onírico para uma realidade morta e frágil. Um strike nos copiadores e difamadores da música como ela realmente deveria ser.