Crítica: Avatar 3D


Como alguns devem saber o filme Avatar, de James Cameron, retornou aos cinemas numa exibição exclusivamente em 3D e com oito minutos a mais de projeção. O circuito de exibição, pelo menos aqui no país, não foi grande. Poucos cinemas se compromenteram a resgatar todo o teor da fantástica história criada pelo diretor. No estado onde resido, apenas um mutiplex exibiu nessa semana a película e ainda assim, em um horário complicadíssimo: às nove horas e quarenta minutos da noite. Para que se compreenda esse post, devo dizer que nunca antes tinha assistido a um filme em 3D (sei que é um absurdo para quem acompanha os avanços tecnológicos na velocidade da luz) e que também nunca tinha me deslocado para um cinema que fica do outro lado da cidade para uma sessão tão tarde assim (para que se tenha uma ideia, deixei o shopping quando já era meia-noite e meia). Aos que não acompanharam a postagem anterior na qual falei sobre o filme de Cameron, basta clicar aqui. Pois bem, agora vamos ao que interessa:
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Quando o 3D alcançou as portas dos cinemas, não tive tanto interesse em acompanha-lo quanto deveria, mas quando soube de Avatar, filme que havia sido produzido para ser a perfeição numa exibição assim, minha sede em presenciar um evento desses cresceu exponencialmente. Infelizmente, Avatar passou e eu não pude vê-lo como desejava. Até que retornou nessa edição especial já citada e não perdi tempo. Paguei caro, lutei contra o sono e me arrisquei pelas ruas no meio da madrugada, mas agora posso falar da experiência única que foi retornar à Pandora naquelas circunstâncias.

Para quem nunca viu uma sessão em 3D, os primeiros instantes são de estranheza, mas rapidamente se acostuma àquilo e, wow, a sensação visual é surreal. Aquela história de que o filme salta aos olhos é pura realidade. Sentia como se estivesse flutuando no espaço junto com o fuzileiro Jake Sully. Quase podia tocar os cenários. E a trilha sonora de James Horner só contribuiu para engrandecer a imersão. As telas dos computadores no filme eram tão reais e tão próximas que os mínimos detalhes podiam ser percebidos, e na experiência de transferência de corpo para seu avatar, segui Sully abismado. Mas foi quando realmente Pandora surgiu que a coisa toda assumiu ares ainda mais impressionantes.

Toda a fauna, as cores, as criaturas, tudo era tão real e próximo que só agora posso afirmar, ao contrário da outra postagem, que realmente estive no mundo dos Na'Vi. No momento em que a tocha de Jake se apagou e a bioluminescência da floresta veio à tona, minha vontade era de mergulhar naquela viagem e tocar em cada flor, seguir cada passo e trazer aquelas cores para meu mundo.

As batalhas, os discursos, os momentos de ligação dos Na'Vi com Pandora, tudo que já era grandioso se tornou imensurável. Não havia palavras que pudessem sair de minha boca para descrever o que sentia e presenciava, e assim foi até que o Avatar de Jake Sully abrisse os olhos de forma definitiva e o nome da obra surgisse na tela, quando deixei a sessão atordoado pela experiência que tinha acabado de passar.

Realmente, James Cameron conseguiu. Criou algo tão belo ao extremo que mais uma vez escrevo parabenizando sua iniciativa e idealismo, sua imaginação e consciência.

Se restam duas coisas ruins dessa aventura surreal é saber que nunca poderemos alcançar em nosso mundo uma realidade de comunhão como a dos Na'Vi por seu planeta, e que não mais assistirei a um filme em 3D que se iguale a Avatar.
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