Prosa e pensamento: Pralamentar


Em pleno dia de Eleições no nosso amado país, estou aqui redigindo ao Caio em Coluna para tratar de um assunto normalmente longe do meu alcance por opção: política.

Quando todo o circo tinha começado, algumas semana atrás, meu pensamento era o mesmo de todas as outras vezes: "Isso é um saco!", "Político é tudo igual!" e etc. Creio que muitos também recorrem a tais afirmações como forma de esquiva do dever cívico. E antes que esses mesmos pensem que venho aqui dar uma aula sobre democracia, poder e importância de voto, não se consternem, pois não farei isso.

Quero apenas contar como, durante esse período eleitoral, minha mentalidade se acertou, de alguma maneira. Quando, aos poucos, fui apurando mais meu foco e garimpando as pseudo-propostas dos intermináveis candidatos, notei que no meio de toda aquela balbúrdia, podia sair algo de bom.

De cara, tudo começara com a zona habitual que, de tão falada e debatida, nem vale mais à pena discorrer muito sobre ela. Refiro-me aos passos eleitorais de pessoas como Tiririca, Mulher-alguma-coisa, Romário, Reginaldo Rossi e uma infinidade de criaturinhas grotescas; algumas delas que mal sabem ler ou escrever, mas estão dispostas a reger nossa pátria.

Em seguida, vêm as brigas, acusações, escandâlos e um sem-número de atrocidades que, de tão comuns em nossa terra, já passam despercebidas. Seguindo a poeira da carruagem, nosso órgão máximo (quanto maior a altura, pior a queda), o STF, prima também pela perdição e falta do que fazer ao retirar a obrigação de levar dois documentos na hora da votação. Para quem desconhece, em suma a história ocorreu da seguinte forma: estava decidido que deveria se levar o título de eleitor e um documento de identificação com foto para se cumprir as obrigações eleitorais. Entre muitas discussões, essa decisão acertada é mudada, mas ao invés de se manter o clássico título de eleitor como documento obrigatório e retirar o outro, eles fazem o oposto, fazendo com que o tal título só sirva agora como enfeite de carteira.

Dando continuidade, alguns politiqueiros se aproveitam disso e usam de propaganda com informações distorcidas para confundir o eleitor, vide a querida maconheira Jacilda Urquisa. Surgem debates sem graça, totalmente diplomáticos e pesquisas tendeciosas divulgadas exaustivamente na televisão nossa de cada dia. E por fim, chega o malfadado momento de votar.

O que fica, então, de todo esse processo desgastante e confuso: a consciência, caro (e)leitor.

Consegui, durante as últimas semanas, olhar por outro prisma e entender o que precisava ser feito. Ir atrás de possíveis verdades e não trocar meu voto por protestos ou favores pessoais. Como disse minha namorada, numa cidade aqui de Pernambuco uma determinada eleição foi decidida sim por um voto de diferença, então este com certeza vale a pena. É por isso que hoje vou em prol de uma mudança na presidência, de deputados que defendam os esquecidos direitos dos animais e de outros que possam por em voga o que realmente interessa para o Brasil ir para frente: educação.

E você, vai permanecer achando que é só mais um? Ou vai tentar mudar nossa constituição e inserir o parlamentarismo? Ou vai encarar nossa fatídica realidade com o pensamento daqueles que querem fazer diferente?

Fique atento ao parlamentar que você vai escolher para comandar o país nos próximos quatro anos, porque depois, uma decisão errada só vai servir pralamentar.