Felizmente, o cinema não para. Alguns acham torturante que eu aborde tanto esse tema no Caio em Coluna, mas para mim é apenas diversão. E em se tratando de bons passatempos, venho aqui falar do cinema de ação e de uma de suas estreias futuras, o filme Ladrões.
Para um formato que já começou bem no ano com o divertido e empolgante Incontrolável, com Denzel Washington e Chris Pine, para daqui a alguns meses a tensão está garantida. Ladrões parece começar errado, insistindo na pose de seus protagonistas, em câmeras lentas e em muitas histórias pessoais, mas à medida que os minutos avançam, toda essa neblina se desfaz e as cenas de suspense vão crescendo em nível geométrico.
A obra conta a história de um grupo de criminosos que consegue planejar muito bem cada um de seus crimes, sempre seguindo algumas regras para que nada dê errado. Do outro lado, temos uma dupla de policiais que não desiste fácil de suas missões e está para ter seu caminho cruzado com o dos tais assaltantes. Após um roubo bem-sucedido a um banco, as coisas começam a mudar quando um antigo parceiro de crime sai da prisão por bom comportamento. Ao que tudo indica, ele parece o mesmo de sempre e traz uma nova proposta de trabalho ao bando, mas isso não impede que seus companheiros permaneçam atentos quanto a sua fidelidade. Em pouco tempo, um roubo cinematógrafico é planejado enquanto muitas histórias pessoais se intercalam, mas quando as coisas fogem dos trilhos, os problemas surgem para todos os lados.
Se por um lado alguns atores são apenas medianos, como Hayden Christensen (Anakin Skywalker, de Star Wars), outros se saem melhor, como Matt Dillon e Paul Walker, que com expressões carrancudas conseguem convencer em um "mais do mesmo". Não que estejamos diante dos melhores de Hollywood, mas o filme não precisa deles, afinal há muitos tiros para serem disparados, muitas histórias a serem pinceladas e muito para dar errado. E é justamente quando as coisas começam a dar errado para os ladrões do título que a película cresce. A suposta chatice dos protagonistas é desfeita, os holofotes passam a ser divididos com a dupla de policiais (bem mais interessantes que todos os outros juntos) e a carga dramática é encenada de maneiras diferentes do comum.
Mesmo não escapando de muitos dos clichês do cinema de ação, Ladrões consegue ser eficaz e pontuar para essa vertente das produções cinematográficas que nos diverte e depois esquecemos.