Prosa e pensamento: Como nasce um bardo


Quando o mundo não era mundo
o poeta se desfez em confusão:
trocou a morte pela vida,
misturou tristeza e alegria,
fundou-se baseado em novo sermão.
O que principiou foi apenas fagulha,
um singelo brilho no vazio.
E então veio a desordem
cobrindo de caos uma nova ordem;
e berrou aos céus: "Trovem! Trovem!"
E cantarolou um suspiro de canção
e o que se criou foi a linhagem do senão:
bardo, trovador, palhaço, cancioneiro, malabarista,
divertindo com seus dotes as histórias de uma vida.