Crítica: Tron - O Legado


Ou a nova sala de exibição 3D do Mutiplex Tacaruna é falha, ou Tron: O Legado não foi bem produzido para a tecnologia, ou Avatar, de James Cameron, é infinitamente superior no que se propôs, porque o novo blockbuster de Hollywood é belo, vazio e deixa demais a desejar naquilo que se propunha: encher os olhos com imagens tridimensionais. Se bem que acredito que o problema resida nas três sentenças citadas acima, que em conjunto, criaram uma decepcionante viajem a um mundo alternativo.

Deixando de lado as falhas do 3D, Tron: O Legado impressiona por suas luzes em neon, efeitos especiais e trilha sonora, mas para por aí. Atuações vazias, um roteiro bobo e ação clichê borbulham na tela por mais de duas horas apenas para mostrar que o tal Legado não merecia ser ressucitado. Se o início da "franquia" já havia sido jogado ao limbo, não duvido que seu filho mais novo tome o mesmo destino. Exceto pela interpretação de Jeff Bridges que incorpora o gêmeo pobre do seu Grande Lebowski, esse clipe de ação se resume a nada. Até mesmo o ator Cillian Murphy, normalmente competente, é renegado a uma ponta decepcionante.

O Legado é como uma mulher bonita e burra. Você usa, se diverte e depois esquece quando cansa, e olhe que ele cansa bem rápido. E antes que nerds de plantão venham argumentar que há toda uma filosofia tecnológica por trás da obra que eu não pude captar, seja do seu primeiro exemplar ou do mais recente, defendo-me com dois argumentos. Primeiro: ideias boas se destacam e sobrevivem independente de seu tempo, como o jurássico Blade Runner ou o mais atual Matrix. Segundo: mesmo que haja qualquer resquício de pseudo-intelgência em Tron, ela é abafada por sua chatice piegas.

Tron: O Legado conseguiu, juntamente com outras produções como Skyline, Centurião, Nárnia 3 e Demônio, fechar o ano do cinema-espetáculo de forma terrível. É torcer que janeiro chegue com mais criatividade e menos prepotência.