Crítica: Enrolados e o 3D funcional


Esse final de semana pude conferir a mais recente produção dos estúdios Disney em parceria com John Lasseter e posso afirmar que me diverti demais. Ao contrário de muitos tropeços recentes da produtora por falta de experiência na animação não-convencional, Enrolados atinge um novo nível que revela que a Disney pode chegar lá.

A Pixar, evidentemente, já está anos-luz à frente, porém nada impede que, seguindo no rumo correto, a concorrente e ao mesmo tempo parceira atinja patamares satisfatórios, e Enrolados é a prova disso.

Com dois personagens mudos, porém os mais divertidos de toda a película, o cavalo Maximus e o camaleão (vulgo sapo) Pascal, o filme se supera no quesito "piada" e conquista a simpatia do público facilmente. Os papéis principais também se desenvolvem bem, afinal Flynn Rider é um ladrão, mas daqueles bonzinhos, que logo cai nas graças da plateia, e Rapunzel chama a atenção com a sua mentalidade inocente sobre o mundo e seus olhos gigantes. Mas são mesmo Pascal e Maximus quem garantem o ingresso sem soltar um pio.

Atentem-se também para duas ótimas sequências no longa: a primeira se passa numa taverna de criminosos, que logo se revelam não tão perigosos assim. O ápice da cena ocorre quando surge um velhinho bêbado que cativa pelas suas palavras distorcidas por causa do álcool. A segunda, que ocorre logo em seguida, é a perseguição por tunéis e por uma represa, que logo se transforma num desastre recheado de revelações, como o surgimento de José Bezerra (só asistindo para entender)!

Enfim, Enrolados vale o ingresso e tem tudo para ser um sucesso, mesmo com a dublagem de Luciano Huck para Flynn Rider e as piadinhas sobra a "loura" e o "nariz".


Mudando um pouco de foco, quero discorrer também sobre a tecnologia 3D para cinemas, já que tive várias dessas experiências recentemente.

Ao conferir Avatar em 3D, percebi que entrava num mundo novo, como expressei na postagem De Volta ao Paraíso Perdido, e acreditei, deslumbrado como me encontrava, que cinema só seria cinema se tivesse 3D, mas duas produções bem próximas fizeram a ficha cair: As Crônicas de Nárnia - A Viagem do Peregrino da Alvorada e Tron - O Legado. Fui às sessões louco para conferir a exibição em três dimensões desses filmes e só tive decepções. Mesmo Tron, que foi feito para o 3D, estava muito aquém do filme de James Cameron, e não tardou para que, ao ver Enrolados, eu notasse que a nova tecnologia não se aplicava bem a todas as produções cinematográficas.

Ou seja, a não ser que o filme escolhido seja um novo Avatar, as versões em três dimensões de filmes (que não sejam os desenhos), estão bem longe de serem o que prometem, ao contrário das animações, que brincam com o 3D facilmente.

Então, caro leitor, por mais que ver uma versão de um filme com essa tecnologia ainda seja tentador, recomendo que não gaste seu dinheiro precioso à toa. Busque as exibições de animações e, aí sim, a diversão será garantida.